sexta-feira, 14 de maio de 2021

Desenraizada

É assim que me sinto.

Amanhã vou "à terra" participar numa espécie de partilhas e ver pela última vez a casa dos meus avós, já que os herdeiros decidiram vendê-la. 

Na verdade, desde que a minha avó foi para um lar (o meu avô faleceu há mais de 20 anos) deixei de ter razões para lá ir. Mas era a casa que me trazia melhores memórias da minha infância. Aquele lugar para onde me refugiava nas aulas de meditação em que participei (onde um dos exercícios nos fazia visualizar um local onde tivéssemos sido felizes). Não ia lá mas sabia que lá estava, uma espécie de ligação fixa ao passado.

A minha avó faleceu em setembro, no meio de um período da minha vida em que andava assoberbada, sinto que só agora estou verdadeiramente a fazer o luto. Como se fosse um último capítulo da minha infância.

Vou dizer adeus à casa e, ao mesmo tempo, um último adeus aos meus avós... 




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