terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Perda e nostalgia

“A vida é um pequeno espaço de luz entre duas nostalgias. A nostalgia do que ainda não vivemos e a do que já não poderemos viver.” (Rosa Montero, A Carne)

Nos últimos anos tenho vivenciado a partida de várias pessoas, que foram referências marcantes da minha infância. Para além da perda da minha mãe, antecedida da minha avó, também me despedi de três tios (incluindo o último irmão vivo da minha mãe). No último fim de semana foi a vez de uma tia, esposa de um dos tios que faleceu recentemente.
Não via alguns dos meus tios praticamente desde a adolescência, ou vi-os rapidamente em algum casamento ou batizado. No entanto, todos eles desempenharam um papel importante na minha infância: passávamos semanas de férias juntos e éramos presença constante nas casas uns dos outros.
Com a perda das pessoas significativas da minha infância, parece que parte de mim também se perde, deixando um vazio e uma sensação de nostalgia. Sinto saudades daquilo que tinha e que não sabia valorizar.
Ultimamente dou por mim a pensar várias vezes no livro "A Carne", de Rosa Montero. Apesar de pouco me lembrar da história, recordo-me de uma das ideias transmitidas: nunca sabemos quando é a última vez que damos um beijo, fazemos algo ou vemos determinada pessoa.
Suponho que o envelhecimento nos traga essa maturidade de aproveitar os pequenos momentos, pois nunca saberemos quando será a última vez

Nostalgia, Rene Magritte


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