Por um lado, eram leituras que requeriam um pouco mais de concentração. Por outro, meti-me a ver uma série coreana (coisas da B.) sobre zombies e prontes, não descansei enquanto não a terminei.
Mas as voltando aos livros, mais uma releitura de Saramago, A Viagem do Elefante (projeto de leitura de uma amiga do clube do livro de Santarém, ler um livro do autor por mês). Gostei mas fiquei com a sensação que gostei menos do que da primeira vez. Engraçado como estas releituras têm sido, livros que tinha gostado muito agora parece que gosto menos, livros que não tinha apreciado tornam-se dos meus favoritos. Demorei 22 dias para ler 260 páginas... parece que andei no mesmo passo da junta de bois que acompanhava a caravana.
A par do Salomão/Solimão, li Os Anos, da autora francesa Annie Ernaux. Que livro.
Inicialmente estranhei o tipo de escrita e narrativa, parecia-me que faltava contar uma história. Até que me apercebi que todo o livro é uma única história, a da autora e dos anos que viveu. Desde pequena até já ser avó. A evolução da sociedade (francesa), a alteração do papel da mulher, o aumento do poder de compra, a solidão.
No final, quando folheava novamente o livro para escrever algumas passagens no meu livrário, senti que necessitaria de começar do início para captar mais algumas nuances.
"Tudo se apagará num segundo. O dicionário acumulado desde o berço até ao leito de morte irá desaparecer."(...) "Nas conversas à volta de uma mesa em dia de festa seremos apenas um nome, cada vez mais sem rosto, até desaparecermos na multidão anónima de uma geração distante".
⭐⭐⭐⭐(4 estrelas apenas porque algumas partes são muito especificas da história de França, que eu não domino. Mas houvesse alguém capaz de escrever um livro do género com a história de Portugal e seriam certamente 5)
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